História do Grupo

Centro Cultural Guerreiros do Vale

O Centro Cultural Guerreiros do Vale tem como objetivo de propor atividades que levem o aluno a uma boa conduta e moralidade humana, a partir de princípios fundamentais.

As atividades são feitas em grupo onde trabalhamos para desenvolver: educação, respeito, boa conduta, honestidade, organização, disciplina, responsabilidade, pontualidade e humildade.

Trabalhamos com dança, teatro e música, mas a nossa principal ferramenta de trabalho é uma capoeira modificada, desenvolvida em Coluna - MG, pelos proefessores: Gilberto da Silva Xavier e Wender Ferreira Xavier.

O Centro Cultural Guerreiros do Vale é uma empresa registrada, onde os professores estão qualificados e preparados com cursos e documentações necessárias para desenvolver todas estas atividades.

Benefícios que a Capoeira traz aos seus praticantes

  • A Capoeira proporciona grande reflexão espiritual, portanto temos a oportunidade de lembrarmos Deus em primeiro lugar.
  • Traz conscientização do sentimento de Brasilidade, pois é a única arte-luta genuinamente Brasileira.
  • Fortalece e consolida a saúde e desenvolve integralmente o organismo pela exploração do seu potencial biológico.
  • A Capoeira aperfeiçoa toda a coordenação motora, e aprimora a flexibilidade, equilíbrio e destreza, assegura o bom humor, alivia as tensões do dia a dia e também corrige as más posturas (Viciosas), ajuda a personalidade do adolescente.
  • A Capoeira proporciona criatividade e liberdade de movimentos para expressão corporal, dá chance ao povo brasileiro de não esquecer a sua identidade e traz o caminho lúcido para a sobrevivência da nossa cultura, nos proporciona a condição de povo através da junção: Historia Cultural Popular.
  • Sabemos que a capoeira desenvolve no praticante um excelente senso de domínio especial, ajuda a descobrirmos nosso próprio corpo e nos dá a condição de musico, compositor, e cantor, como também integra todas as raças, todas as classes e todos os povos.
  • A Capoeira ajuda o controle emocional e nos traz liberdade, é uma ótima terapia, traz beleza externa, elegância e eficiência na defesa pessoal.
  • As pessoas que praticam capoeira ganham discernimento e cabe a cada um saber usa-lo como cidadão.
  • Ela funciona como importante meio de educação e através da mesma, despertamos espírito de solidariedade, compreensão, amizade, socialização, etc.
  • A Capoeira proporciona liberação de sentimentos como agressividade e medo. Faz sorrir quando damos espaço ao Lúdico.
  • Enfim, na visão geral, a capoeira é completa e contribui para a formação integral do ser humano.

O VOCABULÁRIO DA CAPOEIRA - POR ALICATE


 

O VOCABULÁRIO DA CAPOEIRA

    No mundo da capoeira existem diversas palavras estranhas às pessoas que não são capoeiristas, podem existir também, palavras com significados diferentes daqueles conhecidos pelas pessoas que não vivem ou estudam o mundo desta Arte (capoeira).

    Farei um breve esclarecimento sobre algumas, que a meu ver, são um pouco mais utilizadas pelos Capoeiras. Começaremos com a palavra Bamba (O exímio capoeirista - Pessoa que é autoridade em determinado assunto), ou seja, quando se fala assim: fui em roda de Bambas, está se dizendo na verdade que naquela roda de capoeira, todos os presentes eram excelentes capoeiristas, conhecedores da arte da capoeira. Outra palavra muito utilizada é a palavra vadiação. Para quem não conhece a Capoeira, é normal pensar logo que vadiar na capoeira significa vagabundagem, coisa de desocupado, preguiçoso, dentre outras, porém é importante saberem que vadiar na Capoeira significa (Designa o jogo da capoeira) praticar a capoeira com a mente livre sem se preocupar com mais nada, é jogar a Capoeira com desprendimento e também muita qualidade na realização dos movimentos pelos praticantes. A palavra Axé (Axé designa em nagô a força invisível, a força mágico-sagrada de toda divindade, de todo ser animado, de todas as coisas.) é muito utilizada, por exemplo: Roda de muito Axé, quer dizer que a roda tem muita energia, animação. A palavra malandragem tem seu significado distorcido muitas vezes, assim como a palavra malícia. Malandragem na capoeira é aquele capoeirista esperto, que sempre está preparando uma armadilha para o seu oponente, a palavra malícia está bem próxima a malandragem, já que o capoeirista que tem malícia, sempre espera que o seu oponente tente o surpreender com alguma armadilha no jogo da Capoeira, que é de pergunta e resposta. Sendo assim, malandragem, vadiação na Capoeira (principalmente a do Centro Cultural Guerreiros do Vale) não é ser desonesto, baderneiro ou alguém que cria confusão, mas sim um excelente Capoeirista, valorizando esta arte que antes de tudo iguala as pessoas, exatamente porque respeita e valoriza suas diferenças.

    Existem diversas outras palavras que tem significados interessantes, porém, estas apresentadas acima, creio ser algumas das mais utilizadas no mundo da Capoeira, espero ter esclarecido um pouco, digo um pouco, porque o conhecimento sobre a Capoeira não termina jamais.

AXÉ.

PROFESSOR ALICATE – WENDER XAVIER

 

A história do Arranhado - Jornal Estado de Minas

   

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

   

    Sempre gostei da capoeira, essa dança sensual, arma terrível se usada para outros fins, que chegou ao Brasil trazida pelos escravos africanos e hoje, conhecida em vários países, é um dos maiores símbolos da nossa identidade cultural. Quando adolescentes, já nos distantes anos 1970, estudava no Colégio Arnaldo e sonhei em poder praticá-la, mas não foi possível por diversas razões. Contentava-se, na companhia de alguns colegas, em ir aos domingos pela manhã à feira hippie na Praça da Liberdade, onde se formava a roda, ou ao Centro, na Praça 7, que também recebia capoeiristas.

    Anos mais tarde, formado em jornalismo, profissão que divido com a literatura, tive a oportunidade de me aprofundar um pouco ao assunto e ler, com admiração, sobre a vida de alguns bambas desse ofício, como os baianos Vicente Joaquim Ferreira, o Mestre Pastinha, e Manuel Henrique Pereira, o lendário Besouro. Sobre a trajetória desse último, cujo nome até hoje é citado com reverência no Recôncavo Baiano, li, no início dos anos 2000, Feijoada no paraíso, a saga Besouro, o capoeira, romance de Marco Carvalho lançado pela Editora Record.

    Mais recentemente, assisti também ao filme Besouro, de João Daniel Tikhomiroff. Historiadores contam que, na Guerra do Paraguai, capoeiristas baianos, sobretudo escravos, foram enviados ao front como soldados no lugar dos filhos dos senhores. Os negros fizeram e aconteceram, deixando assombrados.

    De uns tempos cara cá, tenho conversado sobre capoeira, bastante difundido em Belo Horizonte, com dois entendidos do assunto: o poeta Olegário Alfredo, o Mestre Gaio, e o fotógrafo Leandro Cury, nosso colega aqui no Estado de Minas, que a pratica.

    Se estou contando tudo isso é para dizer que dia desses, dando uma olhada no perfil da Comunidade Amigos de Coluna criado no Facebook por amiga Idelma Ferreira, onde sempre vou em busca de notícias, li sobre a história de um jovem capoeirista, escrita pelo professor dela, mestre Gilberto Xavier, diretor de uma academia na cidade. Não conheço os dois. No texto, que tomo a liberdade de transcrever, ele conta o seguinte:

    “ Ao longo de muitos anos ensinando capoeira, conheci pessoas determinadas a realizar seus sonhos. Cada história serviu como combustível para que continuasse minha missão. Uma delas é de um aluno chamado Reginaldo Almeida, o Arranhado, que temos aqui na academia. Ele tem 17 anos e mora na zona rural de Coluna, no Córrego do Engenho. Como sonhou, desde de criança. Em aprender capoeira, veio fazer sua matrícula. O que chamou a minha atenção na ficha de inscrição foi a distancia que ele teria de percorrer a pé, três vezes por semana, para poder treinar: 40 quilômetros – 20 de ida e 20 de volta até a sua casa.    Apesar desse sacrifício, Reginaldo é o aluno que tem maior freqüência. Já conseguiu pegar três graduações e está lutando pela quarta. Esse menino é um exemplo, provando que os obstáculos, como os que enfrenta, não são capazes de vencer a perseverança.”

    Quando for à minha terra, quero visitar a academia, conhecer o Arranhado e, se possível, vê-lo ensaiar alguns passos, que, por não ter a mesma força de vontade nem tamanha determinação, perdi a chance de aprender.

Por: CARLOS HERCULANO LOPES